DOM ALANO

dom alano
Dom Alano Maria du Noday.
De sua história pessoal,pode-se dizer que, depois de fazer seus estudos teológicos na França, onde se formou em 1928, veio
para o Brasil. No Rio de Janeiro, ficou apenas algum tempo para aprender a língua portuguesa. Ao sentir que já assimilara o vocabulário desejável, pede a seus superiores para ser enviado à
Comunidade de Porto Nacional, no norte de Goiás. Em meio a contratempos políticos e profissionais,
apenas em 25 de março de 1936, frei Alano Du Noday é nomeado bispo de Porto Nacional. De suas ações religiosas, encontram-se entre outras, os desmembramentos de sua Diocese na prelazia de  Tocantinópolis (20/12/54), de Cristalândia (26/03/65) e de Miracema do Norte. (28-10-66). Dos títulos recebidos pode-se citar a condecoração de grande oficial da ordem do mérito da Aeronáutica (23-10-65).
Em 1974 pede demissão do cargo de bispo, porém continua a serviço da comunidade assumindo
a pequena e abandonada paróquia de Campos Belos. Em 1984 retorna a Porto Nacional, já bem cansado e doente, falecendo em 15 de setembro de 1985. Seu carisma principal foi o trabalho com as
vocações sacerdotais, chegando a ordenar 28 padres, quase todos desta região.
Dom Alano de Noday é um dos nomes mais importantes
para a História de todo o Goiás e dos criadores do Estado do Tocantins. Apesar de sua origem nobre, de sua vasta cultura e dons
marcantes de sua personalidade, ingressou na Ordem de São Domingos com o objetivo de ser missionário no grande sertão brasileiro.
VIDA E OBRA DE DOM ALANO.
Jean Hubert Antoine du Noday, Dom Alano, de acordo com a narrativa dePiagem e Sousa (2000), nasceu em 2 de Novembro de 1899, no castelo de La Grand”ville, povoado de Grand Champ, comuna de Saint Servant, região da Bretanha no Norte da França, terceiro filho do casal Conde Arthur Rolland Du Noday e Condessa Antoinette R. Du Noday. Antes de Jean,
vieram Marthe e Henri.
Jean, desde cedo, experimentou a dor da separação de seus familiares, que
partiram prematuramente. O pai faleceu com 33 anos, vítima da tuberculose. A irmã Marthe, aos 14 anos, 10 anos após a morte do pai. O irmão Henri, depois de concluir brilhantes cursos, ingressou no exército, na arma da Infantaria e, por ocasião da Primeira Grande Guerra, em 1915, ao enfrentar uma missão perigosa para a qual ele mesmo se oferecera,,
foi morto no campo de batalha, com apenas 17 anos. O jovem Jean Hubert du Noday, de acordo com a pesquisa de Piagem e Sousa
(2000), ao concluir com brilhantismo o curso de Filosofia em Paris, sentiu-se atraído pela vida militar, onde pelas suas virtudes humanas, cívicas e morais, pela sua coragem, retidão e conduta irrepreensível, alcançou, em pouco tempo, os postos de Aspirante, Sub-Tenente e Tenente, sendo muito estimado na corporação, tanto pelos comandantes quanto elos comandados, recebendo várias condecorações militares e moções de elogio. Terminada a Grande Guerra, da qual participou ativamente, foi transferido para  Artilharia da Argélia, em 1918 e, no ano seguinte, foi-lhe confiada a difícil missão de
apaziguar uma insurreição violenta em Marrocos, na África, cumprindo a tarefa em pouco tempo e retornando à França como herói. Foi exatamente nesse momento áureo, em que o tenente conde tinha todas as condições para ser promovido às mais altas patentes da carreira militar e a invejáveis escalões sociais que Jean sentiu-se tocado por Notre Dame de
La Garde (Nossa Senhora da Guarda), cuja grande e bela imagem implantada nas imediações do porto principal, domina eminentemente uma vasta circunvizinhança, a exemplo do Cristo Redentor no Rio de Janeiro. Na mesma ocasião, estando com a mãe em  Marselha, atendendo a seu pedido para comungar e reconhecendo que não estava em condições, resolve confessar-se num confessionário ocupado por um frade dominicano. Após uma longa confissão, o Padre Etcheverry o aconselha a fazer um retiro no Convento
Dominicano, onde foi muito bem acolhido e permaneceu por três dias.
Retornou então ao castelo da família, encontrando sua mãe em grave estado de saúde. Apesar disso, comunicou a seu primo, presente na ocasião, que estava a ponto de tomar uma gravíssima decisão: voltar a São Maximino e fazer um retiro que decidirá, em definitivo, o futuro de minha vida. De fato partiu, com o coração dilacerado por ter que deixar
a mãe naquele estado, voltando algum tempo depois, já como noviço, encontrando a mãe nos momentos finais, porém ainda lúcida. Despediram-se e ela partiu confortada, não só pelos sacramentos da Igreja, mas também por deixar o filho entregue à mesma Igreja. O seu compromisso definitivo, na segunda profissão ou profissão solene, deu-se três anos depois, na mesma data, 24 de Junho de 1926, pelas mãos do Prior Pio Jougla,
conforme consta no Livro de Registro de Profissões da Província de Tolouse. De 1922 a 1928, empenhou-se no aprimoramento da sua formação religiosa, missionária e intelectual. Tinha grande preferência para estudos altamente especulativos da Filosofia e Teologia, mas distinguia-se também, como ótimo aluno, em todas as demais disciplinas e os superiores,
percebendo-lhe o talento, aconselharam-no a defender uma tese de Leitorado, o que fez com brilhantismo. Com seis anos de formação, estava preparado, religiosa e intelectualmente, para receber o Presbiterado, uma de suas metas. Aos 28 anos e 9 meses, comprometeu-se para sempre com o serviço de Deus, em 4 de Agosto de 1928. Recebeu a comenda da ordem
sacra das mãos de Dom Simeone, Bispo de Freus. Logo após a ordenação, foi nomeado sub-mestre dos estudantes, em São Maximino, bem como outros tantos ministérios, mas o campo de trabalho sonhado, com a total realização do seu sacerdócio, era a missão no Brasil, conhecida através de cartas, conferências e conversas de missionários dominicanos
no Brasil. Chegou ao Rio de Janeiro, de navio, no dia 23 de Junho de 1933, conforme registro no Livro de Crônica do convento de São Tomás de Aquino, onde permaneceu até 19 de março de 1936, quando lhe foi revelado que havia sido escolhido para ser Bispo de Porto Nacional.
No dia 10 de fevereiro de 1974, Dom Alano escreveu uma carta comunicando
aos senhores padres que havia pedido demissão de seu cargo de bispo, conforme Figura 4, porém continuaria a serviço da comunidade, assumindo a pequena e abandonada paróquia   de Campos Belos. Em 1984 retorna a Porto Nacional, já bem cansado e doente, passando seus últimos dias, sempre acompanhado do Frei Domingos Maia Leite, falecendo em 15 de
setembro de 1985.  
Foi grande a repercussão da morte de Dom Alano, desde Porto Nacional, onde se encontravam milhares de pessoas vindas de todos os lados para lhe prestarem as últimas homenagens. O prefeito local decretou feriado municipal o dia do enterro e luto oficial por 8 dias, através do Decreto N.º 65/85, de 14 de Dezembro de 1985, considerando que o Bispo Dom Alano Maria Du Noday exerceu por quarenta anos o bispado da Diocese
de Porto Nacional, com amor, dedicação e heroísmo, sendo em vida, figura exponencial de caridade e fé cristã, dedicando toda a sua existência e obra, a semear o Evangelho. Em toda a diocese, nas cidades, nas pequenas comunidades e no grande sertão, onde Dom Alano era muito conhecido e querido, o abalo foi geral. Inúmeras foram as manifestações
vindas também de fora, da parte da Embaixada Francesa, de cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos, membros do Governo, brigadeiros, etc. Os meios de comunicação, imprensa, rádio e televisão divulgaram o acontecimento. 
Dom alano assinando documentoDom Alano assinando importante documento da diocesse para a comunidade.
O mais nobre campobelense
Em Campos Belos, DOM ALANO, teve uma trajétoria realmente linda, sendo responsável por construir a igreja Matriz que existe até hoje. Graças à sua influência a aquitetura da igreja foi importada da Alemanha e não possui as típicas colunas das igrejas mais antigas. Universidade, colégios e estabelecimentos comerciais da cidade ainda homenageiam o religioso com o seu nome.
tocando sino
DOM ALANO TOCANDO O SINO DA IGREJA QUE ELE REFORMOU NOS ANOS 80. E A CRIAN ÇADA COMO SEMPRE EM SUA DIREÇÃO.
Uma das imagens mais marcantes é o carinho e respeito que ele obtinha por toda a comunidade,principalmente as crianças, era comum ver as a criançada em plena correria, apenas para pegar a bençao do querido sacerdote.
De maneira calma, tranquiliza Dom Alano teve uma participação importante e fundamental em todos os assuntos á sua epoca, era um homem a frente do seu tempo. foi decisivo junto com outros lideres politicos para a criaçao do Estado do Tocanins. Um homem de Fé, que conduziu a sua vida com boas açoes.
UM NOME VIVO NA NOSSA HISTORIA.
Em Campos Belos, ruas, escolas, comércio e homenagens diversas, registra a importância que foi DOM ALANO.